segunda-feira, 28 de março de 2011

3 DIAS/ 3 AMBULÂNCIAS

Dia 1




No ônibus lotado
Vejo o mundo parado
Carros Parados
ônibus parados
Motos paradas
Quem está mais parado: eu ou o mundo?
E essa monotonia é quebrada com o barulho da sirene
E é nesse momento que o mundo parado se movimenta, o sono vira atenção e a monotonia ganha vida
É a polícia ou a ambulância?
É a ambulância, que passa ao lado do ônibus ao qual recosto meu rosto cansado na janela
Por breves segundos a avenida lotada se movimenta para a passagem da única coisa que pulsa, apela, clama pela vida
E depois? O silêncio... Apenas o silêncio

Dia 2
No ônibus lotado
Vejo o mundo parado
Carros Parados
ônibus parados
Motos paradas
Quem está mais parado: o mundo ou eu?
E essa monotonia é quebrada com o barulho da sirene
E é nesse momento que o mundo parado se movimenta, o sono vira atenção e a monotonia ganha vida
Seria a ambulância de novo?
Sim, é ela, que passa ao lado do ônibus ao qual recosto meu rosto atento na janela
Por breves segundos a avenida lotada se movimenta para a passagem da única coisa que pulsa, apela, clama pela vida
E depois? O silêncio... Apenas o silêncio


Dia 3
No ônibus lotado
Vejo o mundo parado
Carros Parados
ônibus parados
Motos paradas
Ainda não consigo saber se sou eu ou o mundo quem está mais parado
E essa monotonia é quebrada com o barulho da sirene
E é nesse momento que o mundo parado se movimenta, o sono vira atenção e a monotonia ganha vida
Com certeza é a ambulância, que passa ao lado do ônibus ao qual observo atentamente a sua passagem
Por breves segundos a avenida lotada se movimenta para a passagem da única coisa que pulsa, apela, clama pela vida
E depois? O silêncio... Apenas o silêncio


Por que em nenhum desses dias a ambulância veio me socorrer?

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